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A Grande Bioblitz do Hemisfério Sul

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Já parou para admirar a biodiversidade ao seu redor? Já imaginou como seria compartilhar essa biodiversidade com pessoas de todo o mundo? Ou talvez ajudar cientistas a entenderem a distribuição dessas espécies que você observa todos os dias? Esses são alguns dos objetivos da Grande Bioblitz do Hemisfério Sul.


A Grande Bioblitz do Hemisfério Sul é um evento internacional em que cidades, áreas e regiões do hemisfério se registram para divulgar a biodiversidade local e global. Por sermos internacionais, somos conhecidos em inglês como Great Southern Bioblitz, e em espanhol como Gran Biobúsqueda del Sur. Costumamos usar a sigla GSB para nos referirmos a esta grande bioblitz.

Fotos: Registros durante a primeira edição da GSB, em 2020. Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Macaco-Prego-Castanho (c)Jéssica Martins. Beija-Flor-de-Bochecha-Azul (c)Sidnei Dantas. Canguru (c)Geoffrey Cox. Elefante-Africano-de-Savana (c)johnbarclay. Anta (c)Jéssica Martins. Micrathena decorata (c)Jeymmy Milena Walteros Rodriguez. Mas o que é uma bioblitz?

O termo bioblitz se refere a um levantamento de espécies em um curto período, em uma determinada região. O objetivo da GSB é levantar (ou identificar) o maior número de espécies possível nas áreas participantes, incluindo plantas, animais e fungos. A ideia é registrar toda a vida que nos cerca (exceto seres humanos e animais domésticos, como gatos, cachorros, galinhas, etc.).

Toda espécie que está ao nosso redor é importante e nossas observações e registros podem ajudar pesquisadores. Até mesmo aquela plantinha que parece ser comum, pode ser uma espécie exótica, ou uma espécie nativa ameaçada. Por isso todo o registro é válido.

A GSB começou em 2020 na Austrália, inspirada pelo Desafio da Natureza Urbana (CNC), e se expandiu para 12 países, em três continentes e três idiomas diferentes, no hemisfério sul. Veja os resultados da primeira edição da GSB. Crianças, adultos, alunos, escoteiros e amantes da natureza em geral tiraram alguns momentos do fim de semana para fotografar a biodiversidade e contribuir com esse movimento global.

Fotos: Alguns participantes da primeira edição da GSB em diferentes partes do Brasil. Da esquerda para a direita: Bianca (representante nacional da GSB) e Antônio, em Porto Alegre, RS. Enzo, em Parnaíba, PI.


A GSB é um evento organizado de forma colaborativa com os organizadores locais, que ocorre durante a primavera em nosso hemisfério. É uma iniciativa em que participantes da América do Sul, África e Oceania participam ao mesmo tempo, todos em prol da divulgação da biodiversidade. A GSB visa promover a ciência cidadã e a conscientização ambiental.


GSB e ciência cidadã

A ciência cidadã é a participação pública na pesquisa, com o objetivo de aumentar o conhecimento científico. É uma oportunidade para cientistas e comunidade em geral trabalharem juntos, seja desenvolvendo perguntas, discutindo, coletando ou analisando dados, e compartilhando resultados. Existem diversos projetos com oportunidades de contribuição em diferentes etapas da pesquisa.

Você sabia que você não precisa ter um diploma de cientista para contribuir com a ciência?

A ciência cidadã visa tornar a ciência mais acessível e mais democrática, aproximando cidadãos cientistas (membros da comunidade em geral que auxiliam cientistas de forma voluntária) de especialistas e pesquisadores. Assim, todos tem o potencial de se tornarem cidadãos cientistas, participando de diferentes projetos e usando suas vozes para contribuir com a pesquisa. E uma maneira prática de colaborar com estudos de biodiversidade é através de projetos como a GSB, que conecta cidadãos cientistas de todo o hemisfério sul, por meio da plataforma iNaturalist.


Foto: Ilustração de como usar o iNaturalist para promover a biodiversidade local. Disponibilizada por BioTiba 2020.


O iNaturalist é uma plataforma gratuita que pode ser utilizada tanto pelo computador, na página da web, ou pelo aplicativo de celular. É uma rede social online para amantes da natureza. Basta criar uma conta e começar a compartilhar ou conferir os dados de biodiversidade disponíveis.

O iNat também é uma fonte coletiva de identificação de espécies, onde especialistas ou entusiastas em geral podem ajudar a identificar as fotos de biodiversidade compartilhadas. Os dados ficam disponíveis na plataforma para uso geral. Todos podem conferir quais espécies já foram registradas em sua localidade, incluindo cientistas e pesquisadores que estudam a distribuição das espécies compartilhadas.

O mais importante, o iNat permite conectar as pessoas à natureza ao redor, por meio de observações, do olhar atento, e dos registros.

Fotos: Gustavo Ribeiro, representante nacional da GSB e um dos organizadores locais de Curitiba, PR. Carmen Tavares, uma das organizadoras locais de Santana do Livramento e Região, RS.


Como participar?

A segunda edição da GSB vai ocorrer em diversas áreas do hemisfério sul durante os dias 22-25/outubro de 2021. Para participar é simples:

1) Crie uma conta no app iNaturalist ou no site www.inaturalist.org.

2) Vá para áreas verdes da sua região* entre os dias 22 e 25 de outubro de 2021 e fotografe a maior quantidade de plantas, animais e fungos que você conseguir. Só não vale fotografar seres humanos e animais domésticos.

3) Insira seus registros no iNaturalist e aguarde os resultados!



Ou em nossas redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter. Veja também: Tutorial de como usar o iNaturalist


*Recomendamos que as orientações sanitárias para evitar a propagação de COVID-19 de cada região sejam seguidas.


Por Larissa Braz Sousa

Bióloga

Doutoranda na Universidade do Sul da Austrália

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