Foto: Macho de Aedes vittiger. (c) laz, alguns direitos reservados (CC BY-NC-SA).
Mosquitos estão por toda parte. Existem mais de 3.500 espécies descritas em todo o mundo e amplamente distribuídas pelos hemisférios. Embora sejam mais conhecidos em países tropicais e paisagens úmidas e quentes, eles também ocorrem em áreas subtropicais e temperadas e até mesmo nas terras gélidas do Alasca.
Apesar de estarem associados a transmissão de doenças infecciosas, eles também desempenham papéis ecológicos cruciais. Mosquitos fornecem biomassa essencial na cadeia alimentar e servem de alimento para invertebrados, pássaros, répteis e anfíbios. Surpreendentemente, eles também desempenham papel como polinizadores de algumas plantas. Algumas espécies também caçam larvas de outros mosquitos, podendo atuar como controle biológico de espécies transmissoras de patógenos.
Foto: Aedes vigilax. (c) Jeannie, alguns direitos reservados (CC BY-NC).
Apenas uma pequena porcentagem das espécies descritas apresenta riscos à saúde pública em todo o mundo. Muitos também se surpreendem ao saber que apenas as fêmeas picam - e usam o sangue como fonte de proteína para desenvolver seus ovos. Geralmente, os mosquitos não nascem portando vírus ou protozoários; eles precisam picar um animal ou humano infectado para transmitir os patógenos a outros animais. Embora cientistas estejam explorando a aprendendo sobre a biologia dessas espécies, ainda há muito que permanece desconhecido.
Foto: Aedes notoscriptus. (c) Geoffrey Cox, alguns direitos reservados (CC BY-NC).
Por isso, monitorar mosquitos é tão essencial. Projetos de vigilância de mosquitos na plataforma de ciência cidadã iNaturalist, como o Mozzie Monitors, nos ajudam a entender a diversidade e distribuição dessas espécies pouco exploradas. As fotos compartilhadas por cientistas cidadãos também revelam informações importantes como o tempo real de encontros entre humanos e mosquitos, hábitos, comportamentos e interações com plantas. Analisando as observações na plataforma, observamos que as espécies urbanas, grandes e coloridas são as espécies mais comuns registradas. E chamam a atenção pelo seu tamanho e beleza. Esses projetos também proporcionam um espaço interativo onde amantes de invertebrados, ou pessoas preocupadas com doenças transmitidas por mosquitos, podem aprender como identificar diferentes espécies com entomologistas e pesquisadores.
De fato, as observações compartilhadas no iNaturalist nos permitem explorar a fauna local de mosquitos, aumentar a precisão das ferramentas de identificação na plataforma e celebrar a beleza pouco explorada dessas espécies fascinantes.
As observações abaixo são alguns exemplos de fotos impressionantes compartilhadas no iNaturalist destacando as cores, padrões e listras de mosquitos.
Fotos: A partir do canto superior esquerdo 1.Coquillettidia xanthogaster. (c) tony_d, alguns direitos reservados (CC BY-NC). 2.Aedes notoscriptus. (c) Reiner Richter, alguns direitos reservados (CC BY-NC-SA). 3.Anopheles annulipes. (c) Ellura Sanctuary, alguns direitos reservados (CC BY-NC-ND). 4.Toxorhynchites speciosus. (c) Orlando J. Bonney, alguns direitos reservados (CC BY-NC). 5.Aedes kochi. (c) Nick Lambert, alguns direitos reservados (CC BY-NC-SA). 6.Aedes vigilax. (c) andrew_allen, alguns direitos reservados (CC BY-NC).
Vale a pena conferir também esta observação de Sabethes cyaneus, em Regina, Guiana Francesa. Esta espécie é considerada o mosquito mais bonito do mundo com sua cor púrpura e pernas que lembram plumas - https://www.inaturalist.org/observations/15302897.
Lhe convidamos a também compartilhar suas observações de mosquitos no iNaturalist e se unir a diversos pesquisadores em tempo real. Aqui estão algumas dicas para lhe ajudar a tirar uma foto fácil de ser identificada:
Tire fotos de diferentes ângulos, se possível (dorsal, ventral, lateral);
Tente destacar as listras, bandas, probóscide (peça bucal alongada para sugar) e asas. Algumas espécies são muito semelhantes visualmente, assim, padrões específicos nos ajudam a diferenciá-las;
Use o recurso de 'notas' se quiser compartilhar algum comportamento que observou ao tirar a foto;
Você também pode adicionar "Campos de Observação" como "se alimentando de sangue";
Lembre-se de que não precisa ser uma foto "profissional" para ser identificável. Cada observação é valiosa para aumentar nosso conhecimento sobre a fauna de mosquitos observada no iNat;
Tente fotografar antes de matar o mosquito (mas você também pode registrar sua foto no iNaturalist mesmo se o mosquito estiver morto.) Todos os registros são importantes.
Fotos: Diferentes ângulos de um Culex quinquefasciatus. (c) Geoffrey Cox, alguns direitos reservados (CC BY-NC)
Junte-se a nós na Grande BioBlitz do Hemisfério Sul (GSB) e celebre a beleza de animais, fungos e plantas de todo o hemisfério. A GSB 2021 acontecerá de 22 a 25 de outubro deste ano.
Larissa Braz Sousa
Doutoranda na University of South Australia
Leia mais: http://mozziemonitors.com/about
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